quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Projecto


Regressando ...


Sim resolvi regressar a este local após um breve interregno.

Entretanto descansei um pouco da azáfama do dia a dia e aproveitei para preparar o meu projecto de dissertação. Voltarei para partilhar algumas leituras, porventura algumas inquietações , qui ça?

Até breve!

domingo, 29 de junho de 2008

As minhas reflexões


Reflectindo "com os meus botões" ...

Investigação Educacional ... claramente foi esta a disciplina que à partida me levantou uma maior apreensão, dado que desde o primeiro momento tive consciência da “ pequenez”do meu conhecimento. É pois, agora, com manifesto agrado que face à metodologia de trabalho adoptada posso afirmar que "agarrei mais este desafio com as duas mãos".

Inicio esta minha curta viagem pelo trabalho desenvolvido em grupo. A metodologia assumida revelou-se promotora de vivências interactivas (fórum assíncrono), onde a apropriação do conhecimento emergiu como causa maior.
Assim e ao longo de algumas semanas, primeiro em grupo restrito e depois alargado, apresentámos, questionámos, interagimos, deduzimos, explicitámos, inferimos, reflectimos e avaliámos. No “meu” grupo (equipa azul) formado pelo Mário, que assumiu o papel de coordenador desde o primeiro momento, a Júlia, o Paulo, a Célia e por mim própria, creio que conseguimos aliar a aprendizagem, a formas de conduta que primaram pelo sentido de responsabilidade, pelo respeito mútuo e pelo empenho com que desenvolvemos as tarefas que nos foram sendo propostas. O espírito de entre - ajuda e compreensão foi notório em todos os momentos.
A avaliação que faço deste percurso é sem dúvida muito positiva. Num primeiro momento, planeámos uma investigação; num segundo momento trabalhámos a utilização do questionário no processo de investigação e num terceiro momento procedemos à exploração e aprofundamento de conhecimentos sobre a "Entrevista”;
O trabalho desenvolvido em grande grupo também se concretizou, embora aqui e ali tivessem acontecido alguns percalços.
Em termos de tarefas individuais assumo dificuldades no âmbito das técnicas quantitativas de análise de dados. Embora tivesse lido com muita atenção tudo o que foi escrito acerca deste assunto, estou consciente que necessito ainda aprofundar a questão.

Visitando agora as Intervenções nos Fóruns , é de relevar a participação de todos. Neste espaço trocaram -se ideias, colocaram -se questões e clarificaram -se conceitos. Reconheço que por vezes não me foi possível intervir tanto como gostaria , muito por culpa da “corrida contra o tempo” em que me encontro e não por outro motivo qualquer. Considero ainda que a discussão em redor do tema investigação – acção foi bastante pertinente, uma vez que se levantaram questões que em tudo tem a ver com o nosso percurso enquanto professores e a multiplicidade de papéis que nos exigem desempenhar. Assim será que haverá espaço/disponibilidade para se ser professor - investigador?
Outro assunto importante e por nós discutido foi o papel da ética na Investigação.

Continuando "esta viagem supersónica" sou de opinião que a bibliografia cedida e complementada pela que consegui encontrar deram uma resposta ajustada ao que se pretendia estudar/trabalhar.

Termino a viagem neste "apeadeiro" onde me encontro : Webfólio Investi@prende
Fi-lo com um misto de prazer e receio, ou seja prazer pela descoberta mas também com um pouco de receio, o receio de errar e de esse erro poder ser visualizado por todos, mas há um ditado que diz" Errar é humano" e eu sou humana e assim com ele... me aventurei e acreditei.
Partilho ainda convosco que foi com uma motivação especial que lhe dei forma, embora desconhecesse por completo o seu funcionamento . Foi uma " aventura"!
Considero - o uma experiência gratificante e enriquecedora que certamente não terminará aqui... Até breve!

sábado, 28 de junho de 2008

A pesquisa documental na investigação


Reflectindo...

sobre a importância de uma pesquisa documental adequada, importa referir que esta visa seleccionar, tratar e interpretar informação bruta existente em suportes estáveis (scripto, áudio, vídeo e informo), com o objectivo de extrair dela algum sentido.Sabendo que o investigador necessita de recolher testemunhos, introduzir-lhe valor acrescentado e transmiti-lo à comunidade científica, a pesquisa documental assume-se como”passagem do testemunho”. Estudar o que se tem produzido reflecte assim, um acto de gestão de informação indispensável, a quem queira realizar uma investigação consciente responsável e inovadora.No que respeita a documentos escritos e uma vez encontrados os locais onde procurar (bibliotecas e arquivos; bibliografias; enciclopédias, dicionários e vocabulários; livros e revistas especializadas; ficheiros em suporte scripto e base de dados em suporte informático) e as unidades de informação a seleccionar (monografias, artigos, relatórios …), segue-se a exploração destas últimas.
Neste contexto, existem dois tipos de fichas muito úteis para quem está ou vai fazer uma dissertação: as fichas bibliográficas e as fichas de leitura, sendo que as primeiras contêm a identificação básica do documento enquanto as segundas registam o resultado de um trabalho de tratamento, análise e síntese de informação.Clarificando mais um pouco, sobre o que é suposto ter uma ficha de leitura, visto ser esta, o objecto de uma das tarefas solicitadas, direi que neste tipo de ficha é comum:

· Resumir parte do que se leu;
· Citar passagens consideradas importantes;
· Anotar ideias que surjam como eco da reflexão sobre o texto.

Fonte: Carmo, H. & Ferreira, M. (1998)Metodologia da Investigação: guia para a auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Métodos quantitativos e métodos qualitativos

Reflectindo...

Antes de escrever algo sobre as características dos métodos qualitativos e dos métodos quantitativos, permitam-me que partilhe convosco a perspectiva de Reichardt et Cook (1986,29), autores que entendem que o investigador para melhor resolver um problema de pesquisa, pode combinar atributos dos dois métodos.
Assim, para estes autores, as características usualmente atribuidas aos paradigmas que os suportam, são as seguintes:

O Paradigma qualitativo...

- Advoga o emprego dos métodos qualitativos;
- Revela fenomenologismo e verstehen ou seja interessa-se em compreender a conduta humana a partir dos pontos de vista daquele que actua;
- Defende/utiliza uma observação naturalista e sem controlo;
- É subjectivo;
- Está próximo dos dados;
- Fundamenta-se na realidade e é orientado para o processo;
- É orientado para a descoberta, exploratório, holístico, expansionista descritivo e indutivo;
- É válido (dados reais, próximos, ricos e profundos);
- Não é generalizável (estudo de casos isolados);
- Assume uma realidade dinâmica.

O paradigma quantitativo:

- Advoga o emprego dos métodos quantitativos;
- Ancora-se no positivismo lógico ou seja procura as causas dos fenómenos sociais, prestando escassa atenção aos aspectos subjectivos dos indivíduos;
- Exige uma medição rigorosa e controlada;
- É objectivo e orientado para o resultado;
- É orientado para a comprovação;
- É inferencial e hipotético - dedutivo;
- É fiável (dados sólidos e repetíveis);
- É generalizável (estudo de casos múltiplos);
- Assume uma realidade estável.

Reportando-me agora aos métodos, penso que é importante diferenciar método de técnica. Neste contexto e segundo Ana Maria Marañano, por método entende-se a ordenação das acções, a estratégia. Indica o que fazer. Já a técnica é a instrumentalização específica de cada etapa definida pelo método; é a táctica e indica como fazer.

Posto isto, direi em linhas gerais, que nos métodos qualitativos, os investigadores tendem a analisar a informação de uma forma “ indutiva”. Desenvolvem conceitos e chegam à compreensão dos fenómenos a partir de padrões provenientes da recolha de dados. Não procuram a informação para verificar as hipóteses. Têm em conta a “ realidade global” ou seja os indivíduos os grupos e as situações não são reduzidos a variáveis, mas sim vistos como um todo, sendo estudado o passado e o presente dos sujeitos de investigação. Estes métodos são naturalistas e humanísticos e descritivos – a fonte directa de dados são as situações consideradas naturais. Os investigadores interagem também com os sujeitos de uma forma “natural” e sobretudo discreta, são pois sensíveis ao contexto. O significado tem uma grande importância. Os investigadores procuram compreender os sujeitos a partir dos “ quadros de referência” desses mesmos sujeitos.

Em relação aos métodos quantitativos, creio ser relevante referir que a sua utilização está essencialmente ligada à investigação experimental ou quasi-experimental; que requerem a observação de fenómenos, a formulação de hipóteses explicativas desses mesmos fenómenos, o controlo das variáveis, a selecção aleatória dos sujeitos de investigação (amostragem), a verificação ou rejeição das hipóteses mediante uma recolha rigorosa de dados que serão posteriormente sujeitos a uma análise estatística e uma utilização de modelos matemáticos para testar essas mesmas hipóteses.
O objectivo é a generalização dos resultados a uma determinada população em estudo a partir da amostra, o estabelecimento de relações causa - efeito e a previsão de fenómenos. Implicam uma revisão da literatura e a elaboração de um plano de investigação estruturado com os objectivos e procedimentos indicados pormenorizadamente.

Fontes : Marañano, A. M. (2004) Métodos e Técnicas de Investigação em Gestão. Lisboa: Edições Sílabo.
Carmo, H. & Ferreira, M. (1998)Metodologia da Investigação: guia para a auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Técnicas de Observação


Ver não é olhar e escutar não é só ouvir...

É preciso sublinhar que a passagem do olhar para o ver e do ouvir para o escutar, ou seja a criação de uma atitude de observação consciente passa por um treino da atenção de forma a poder aprofundar a capacidade de seleccionar informação pertinente através dos órgãos sensoriais.
Por exemplo, dos ensinamentos de Baden-Powell pode extrair -se uma segunda característica do conceito de observação: é a de que saber observar, implica confrontar indícios com a experiência anterior para os poder interpretar.
Assim sendo, para qualquer investigador, este procedimento implica, três operações:
  • Saber identificar indícios, o que requer um treino continuado da atenção;
  • Possuir uma experiência anterior adequada, o que implica possuir uma boa preparação teórica e empírica;
  • Ter capacidade para comprar o que observa com o que constitui a sua experiência anterior e a partir daí poder tirar conclusões pertinentes, o que obriga a uma formação metodológica sólida.

Mesmo que possua noções/treino básicas em matéria de técnicas de observação, para cada projecto específico, o investigador, tem necessidade de planear a estratégia de observação a adoptar de modo a recolher os dados adequados economizando os meios.
Esta preparação da observação implica, antes de mais, responder a várias questões, designadamente:
- Observar o quê?
- Que instrumentos se deverão utilizar para registar as observações efectuadas?
- Que técnica de observação escolher?
Ainda neste contexto é importante referir que os indicadores surgem como filtros de informação, sendo que se pode definir operacionalmente indicador como um instrumento construído com o objectivo de revelar certos aspectos pertinentes de uma dada realidade, de outro modo não perceptíveis, com o fio de a estudar, de a diagnosticar e ou de agir sobre ela.
Os indicadores podem ser demográficos e económicos ou sociais.
Tanto os indicadores sociais quantitativos como os qualitativos, são construídos para atingir quatro objectivos concretos:

  • Retratar a realidade social nas suas facetas estrutural e dinâmica;
  • Revelar as percepções dos diferentes grupos sociais sobre o sistema social;
  • Planear a intervenção social;
  • Avaliar essa intervenção com clareza e rigor.


Existem várias formas de triplicar as técnicas de observação. Uma forma usual de o fazer é distingui-las de acordo com o envolvimento do observador no campo do objecto de estudo.
Assim temos:

A observação não - participante
Se o observador não interage de forma alguma com o objecto de estudo no momento em que realiza a observação. Este tipo de técnica, possui características interessantes porque reduz substancialmente a interferência do observador no observado; permite o uso de instrumentos de registo sem influenciar o grupo - alvo e possibilita um grande controlo das variáveis a observar. A sua aplicação no entanto é limitada, não só porque o equipamento adequado apenas está disponível em algumas instituições, mas também porque só se adequa a alguns objectos de estudo.

A observação participante
Para as situações em que o investigador tem de recorrer a técnicas de observação caracterizadas pelo seu envolvimento através da assunção de um dado papel social junto da população observada: são técnicas de observação participante.
Na participação participante despercebida pelos observados o papel que o investigador assume é ténue, passando completamente despercebido à população observada, sem que esse facto possa considerar-se incorrecto do ponto de vista deontológico uma vez que as situações observadas ocorrem em ambiente aberto (ex.: objecto de estudo - claques de futebol). Já em locais ou situações de acesso condicionado, a questão deontológico já se põe, uma vez que o papel de investigador não lhe dá o direito de assumir um estatuto semelhante ao do infiltrado, permitido a algumas polícias criminais. Na observação participante propriamente dita o investigador deverá assumir explicitamente o seu papel de estudioso junto da população observada, combinando-o com outros papéis sociais cujo posicionamento lhe permita um bom posto de observação.
Esta observação tem como principal vantagem a possibilidade de entender profundamente o estilo de vida de uma população e de adquirir um conhecimento integrado da sua cultura e como limitações a morosidade que tal técnica exige e as dificuldades que levanta a uma posterior quantificação dos dados.
Surgem então como aspectos relevantes a questão do papel social que se vai desempenhar como observatório e a questão da intensidade de mergulho.


Fonte: CARMO, H e FERREIRA, M. M.(1998) Metodologia da Investigação guia para a auto - aprendizagem, Lisboa, Ed. Universidade Aberta

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Ainda sobre Validade

Reflectindo sobre validade...

Começo por reforçar a ideia de que fiabilidade e validade de uma medida não são a mesma coisa mas mantêm uma relação estranha, uma vez que uma medida pode ter boa fiabilidade e ter pouca validade mas, sem fiabilidade adequada, a medida não pode ter validade adequada. Em termos lógicos, podemos afirmar:
A existência de fiabilidade adequada é necessária, mas não suficiente, para garantir a validade adequada. Continuando a falar de variáveis latentes e sabendo que uma medida tem validade se for uma medida da variável que o investigador pretende medir temos ainda de ter consciência que existem vários tipos de validade, nomeadamente:

- Validade de conteúdo
O questionário tem validade de conteúdo adequada, quando os itens formam uma amostra representativa de todos os itens disponíveis para medir os aspectos das componentes.
A avaliação da validade de conteúdo envolve quatro passos:
1- Utilizar a literatura para escrever uma lista de todas as componentes da variável latente;
2- Para cada umas das componentes, escrever uma lista de todos os aspectos. (Muitas vezes a literatura também ajuda na especificação dos aspectos relevantes);
3- Para cada um dos aspectos, escrever todos os itens relevantes para medir o aspecto. (quando a variável latente é uma atitude, escrever itens positivos e itens negativos);
4- Comparar os itens do questionário com a lista dos itens escritos no passo anterior.


- Validade teórica
A avaliação teórica pode ainda ser convergente, se concordar bem com outras medidas da mesma variável, discriminante, se não estiver correlacionada significativamente com medidas de outras variáveis ou factorial se existirem um conjunto de factores que teoricamente representam o que têm em comum as variáveis.

- Validade prática
A validade prática pode ainda ser preditiva, configurando-se na validade que essa medida tem para predizer valores em outra variável ou simultânea quando os valores da variável a predizer são recolhidos ao mesmo tempo que os valores do teste.


Fonte : Hill, M.M.; Hill, A. (2002): Investigação por Questionário. Lisboa: Edições Sílabo.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Fiabilidade

Referindo-me à fiabilidade na construção de um questionário para medir uma variável latente…

Temos como definição técnica de fiabilidade que o pressuposto básico da teoria
da fiabilidade pode ser escrito na forma de uma equação:

VALOR OBSERVADO = VALOR CORRECTO + ERRO (de medição).


Podemos dizer que uma medida de uma variável latente [1]é fiável se for consistente, sendo que a consistência pode ser definida de três formas diferentes, ou seja em termos de estabilidade temporal das medidas da variável latente; em termos de equivalência de medidas da variável latente obtidas por versões alternativas e em termos de consistência interna (tipo “split-half”).
Como métodos para estimar a fiabilidade temos:

  • A estimação da fiabilidade do tipo “Estabilidade Temporal” (Test-retest reliability)
    Implica aplicar duas vezes o questionário à mesma amostra de pessoas. Assim as duas aplicações de questionário fornecem dois conjuntos de valores observados e a fiabilidade do tipo estabilidade temporal pode ser estimada através do coeficiente de correlação (do tipo Pearson) entre os dois conjuntos de valores observados.
  • A estimação da fiabilidade do tipo “Versões Equivalentes” (“equivalent forms reliability”, também designada por “parallel forms reliability”). Só é possível
    quando se desenvolvem duas versões do questionário. Para estimar a fiabilidade do tipo versões equivalentes, é preciso aplicar as duas versões a uma mesma amostra de pessoas e a natureza e o tamanho da amostra devem ser iguais à amostra utilizada para estimar a fiabilidade do tipo estabilidade temporal.

  • A estimação da fiabilidade do tipo “Consistência interna do tipo Split-Half
    Implica aplicar-se o questionário, apenas uma vez, a uma amostra de pessoas e, em seguida, divide-se o conjunto de itens do questionário em duas partes iguais A e B. É preciso então calcular o valor observado para cada pessoa.

  • A estimação de fiabilidade interna alfa (α) de Cronbach (designada por alpha no SPSS)
    Cronbach ultrapassou o problema da estimação de fiabilidade “split-half” usando uma técnica que estima o coeficiente de fiabilidade interna (α) como sendo o valor médio de todos os coeficientes possíveis do tipo “spli-half”. O valor α pode ser estimado através da seguinte fórmula:

Concluindo, é muito importante dar atenção à fiabilidade de um questionário construído para medir uma variável latente, porque não vale a pena tirar conclusões a partir de uma medida que não tem a fiabilidade adequada.
É necessário pois, ter em conta o seguinte :
- A escala;
- O valor do alpha uma vez que o seu valor aumenta com o número de Itens e com correlações mais elevadas entre os itens;
- O coeficiente de fiabilidade interna “aplit-half”que também pode ser calculado usando a opção SCALE no SPSS mas o coeficiente alpha é preferível.

O investigador pode ainda melhorar as estimativas dos coeficientes de fiabilidade , usando um estudo preliminar para seleccionar os itens da versão final do Questionário a partir de uma boa análise dos itens inicialmente escritos; uma amostra aleatória e usando uma amostra de dimensão razoável (200 ou mais).


[1] Variável latente é uma variável definida por um conjunto de muitas variáveis, que podemos designar por “variáveis componentes”. Estas por vezes podem ser medidas através de perguntas designadas por itens no questionário.

Fonte: Hill, M.M.; Hill, A. (2002): Investigação por Questionário. Lisboa: Edições Sílabo.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

As diferentes facetas da VALIDADE

Reflectindo sobre a Validade e suas facetas ...

Enformando a validade várias facetas, obter-se-iam talvez melhores resultados, se todas elas fossem tomadas em consideração, mas tal não acontece, pois por vezes ao seguirmos uma, estamos a agir em detrimento de outra.
Assim podemos considerar os seguintes tipos de validade:
  • A validade da tradução teórica ;
    As proposições formuladas
    [1] para designar um fenómeno ou muito simplesmente, uma relação constituem uma teoria de referência. A fidelidade dessa tradução depende dos laços estabelecidos com a teoria (…).

  • A validade interpreposicional;
    A confrontação com os factos supõe que a formulação das proposições emanadas das teorias e das proposições decorrentes de levantamento de dados empíricos se encontrem numa relação unívoca e não em desfazamento.

  • A validade do dispositivo da relação ao mundo empírico ;
    O dispositivo de recolha de informações factuais opera uma selecção no tempo e no espaço sendo importante que a recolha seja exemplificativa.

  • A validade dos indicadores, da medida e da sua instrumentação;
    É preciso ter em atenção que para o levantamento das variáveis é necessário determinar os indicadores e que para tal se devem respeitar as qualidades metrológicas da instrumentação e escolher a escala de medida.

  • A validade interna, externa e individual das conclusões.
    Esta validade será facilitada, se a validade interproposicional for suficiente, se for a única compatível com os dados (validade interna), se permitir a generalização (validade externa) e finalmente pela exigência da validade individual que quando é respeitada, permite dizer que as conclusões traduzem os funcionamentos individuais.


Fonte: HADJI, Charles; BAILLÉ, Jacques (orgs.) (1998) Investigação e Educação Para uma “nova aliança”. Porto: Porto Editora.


[1] As proposições podem ser formuladas em termos de variáveis dependentes e de variáveis independentes, daí colocarem-se problemas ao nível desta validade.

domingo, 25 de maio de 2008

Investigação qualitativa - Análise de dados

Continuando a pesquisar e a divulgar...

Por análise de dados entende-se o processo de busca e de organização sistemático de transcrições de entrevistas, de notas de campo e de outros materiais que foram sendo acumulados, durante o desenvolvimento de qualquer investigação, para que o investigador aumente a sua própria compreensão desses mesmos materiais e lhe permita apresentar aos outros aquilo que encontrou.
Neste contexto, a análise envolve o trabalho com os dados, com a sua organização, divisão em unidades manipuláveis, síntese, procura de padrões, descoberta dos aspectos importantes e do que deve ser aprendido e a decisão sobre o que vai ser transmitido aos outros. Apesar da análise ser complicada, constitui, igualmente, um processo que pode ser dividido em várias fases. Sendo encarada pelo investigador como uma série de decisões e tarefas, em vez de ser vista, como um imenso esforço de interpretação, a análise de dados pode surgir como algo mais aliciante.
Creio ser importante referir ainda, que tal como existem muitos estilos diferentes de investigação qualitativa, também existe uma panóplia de formas de trabalhar e analisar os dados. Poderá ser útil no entanto, pensar em dois modos de enquadrar as abordagens à análise. Numa das abordagens, a análise é concomitante com a recolha dos dados e fica praticamente completa no momento em que os dados são recolhidos enquanto que a outra abordagem envolve a recolha dos dados antes da realização da análise. Esta última no entanto, nunca é utilizada na sua forma mais pura, limitando-se o investigador a aproximar-se apenas dela.
Os autores da obra de referência aconselham o investigador inexperiente a utilizar estratégias referentes ao modo de análise no campo de investigação, deixando a análise mais formal para quando a maior parte dos dados tiverem sido recolhidos, uma vez que o trabalho no estabelecimento da relação e no acesso ao campo de investigação é moroso, não lhe permitindo envolver-se de forma activa na análise.
.
Fonte: Bogdan, R; Biklen, S. (1994): Investigação Qualitativa em Educação. Porto: Porto Editora.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Projecto SER MAIS (Investigação-acção)

Reflectindo sobre ...
Educação Para a Sexualidade Online

Arménio Martins Fernandes, justifica claramente a necessidade da investigação ao referir que:
  • As questões relacionadas com a educação para a sexualidade e para a saúde são hoje preocupações presentes na sociedade portuguesa e nas políticas educativas e de saúde;
  • Portugal ao contrário de países como Espanha, Bélgica, Itália ou Suiça com 10 casos de gravidez por cada mil adolescentes apresenta actualmente, 22 casos de gravidez na adolescência em cada mil jovens entre os 10 e os 19 anos;
  • Enquanto que no resto da Europa a incidência de doenças sexualmente transmissíveis diminuiu, em Portugal continua a subir;
  • Vários estudos, no nosso país e no estrangeiro, têm vindo a provar que os adolescentes iniciam a sua vida sexual activa cada vez mais cedo.

O autor explicita os objectivos da sua investigação e as mudanças que pretende atingir ao mencionar que:

  • A abordagem da Educação para a Sexualidade na escola não deve apenas transmitir conhecimentos sobre os riscos associados à sexualidade, mas incutir nos adolescentes e jovens uma atitude preventiva e cita (Américo Baptista, DD, 2006) “O conhecimento é fundamental, mas não chega”;
  • Julga ser necessário aliar as novas tecnologias a este esforço de sensibilização, (in) formação e educação dos alunos colocando a tónica no ensino à distância;
  • É adepto de uma formação a distância no sistema blearning (blended learning), isto é, mista: presencial e online; Assume a necessidade das sessões presenciais atendendo à faixa etária a que o projecto se dirige de forma a permitir que o aluno se relacione com o professor à semelhança do ensino na sala de aula;
  • Pretende com esta experiência de Educação para a Sexualidade à distância, que os constrangimentos que se colocam aos alunos, sejam minimizados, pelo facto das abordagens das temáticas relacionadas com a sexualidade humana serem mais naturais e sem preconceitos, condições nem sempre conseguidas dentro da sala de aula;
  • Tem consciência que este Projecto permite uma mudança na forma de abordar a Educação para a Sexualidade e que mudar implica alterar, além das infra-estruturas tecnológicas as estruturas mentais .


Na intervenção que realizou e do ponto de vista metodológico, o autor apresenta os seguintes passos:

  • Analisou as narrativas dos alunos nos fóruns;
  • Identificou problemáticas relacionadas com o tema;
  • Organizou cinco sessões que englobaram cinco temas: Sexualidade, Relações interpessoais, Namoro, Comunicação e relação e Gravidez na adolescência e DSTs;
  • No final de cada sessão foi criado um fórum onde os participantes deixavam os seus comentários e/ou sugestões.

Fonte: Projecto SER MAIS - Educação Para a Sexualidade Online, de Arménio Martins Fernandes

domingo, 18 de maio de 2008

Investigação-Acção

Pesquisando e divulgando...

“A Investigação - acção é um excelente guia para orientar as práticas educativas, com o objectivo de melhorar o ensino e os ambientes de aprendizagem na sala de aula.”
R. Arends

Esta investigação tem como propósito, resolver questões de carácter prático, através do emprego do método científico. A investigação parte de uma situação real e não tem como objectivo a generalização dos resultados obtidos, logo o problema do controlo não assume a importância que apresenta em outras investigações. A sua principal finalidade é a resolução de um dado problema para o qual não há soluções baseadas na teoria previamente estabelecida.

Vantagens

- Destina-se à melhoria das práticas mediante a mudança e a aprendizagem a partir das consequências dessas mudanças;
- Permite ainda a participação de todos os implicados;
- Desenvolve-se numa espiral de ciclos de planificação, acção, observação e reflexão;
- É um processo sistemático de aprendizagem orientado para a praxis, exigindo que esta seja submetida à prova;
- Permite dar uma justificação a partir do trabalho, mediante uma argumentação desenvolvida, comprovada e cientificamente examinada;
- “ ...implica o abandono do praticismo não reflexivo, favorece, quer a colaboração interprofissional, quer a prática pluridisciplinar — quando não interdisciplinar ou mesmo transdisciplinar —, e promove, inegavelmente, a melhoria das intervenções em que é utilizada.” Almeida (2001)

Desvantagens

- Pelas características que reúne e “a imprecisão dos seus instrumentos e limites”, tanto pode ser encarada com uma “grande exigência, rigor e dificuldade, como pode ser um caminho de facilidades, de superficialidades e de ilusões”. Benavente et al (1990),
- A Investigação-acção, “usada como uma modalidade de investigação qualitativa, não é entendida pelos tradicionalistas como “verdadeira” investigação, uma vez que está ao serviço de uma causa, a de “promover mudanças sociais” (Bogdan & Biklen, 1994), e porque é “um tipo de investigação aplicada no qual o investigador se envolve activamente.” Chagas (2005)

Fontes:

Carmo, H. & Ferreira, M. (1998). Metodologia da Investigação: guia para a auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta.

Projecto SER MAIS - Educação Para a Sexualidade Online, de Arménio Martins Fernandes

sábado, 3 de maio de 2008

Entrevistas

Para entrevistar...

A interacção directa focaliza-se numa questão - chave da técnica da entrevista ou seja o facto de ser uma situação em interacção presencial faz com que no acto de entrevistar se tenham de gerir três problemas em simultâneo:
Em 1º lugar, a influência do entrevistador no entrevistado;
Em 2º lugar, as diferenças que entre eles existem (de género, de idade, sociais e culturais);
Em 3º lugar, a sobreposição de canais de comunicação.

Na utilização da técnica da entrevista existem alguns aspectos a ter em conta designadamente :
O Antes
- Definir objectivo;
- Construir o guia de entrevista;
- Escolher os entrevistados;
- Preparar as pessoas a serem entrevistadas;
- Marcar a data, a hora e o local;
- Preparar os entrevistadores.
O Durante
- Explicar quem somos e o que queremos;
- Obter e manter a confiança;
- Saber escutar;
- Dar tempo para “ aquecer” a relação;
- Manter o controlo com diplomacia;
- Utilizar perguntas de aquecimento e focagem;
- Enquadrar as perguntas melindrosas;
- Evitar perguntas indutoras.
O Depois
- Registar as observações sobre o comportamento do observado;
- Registar as observações sobre o ambiente em que decorreu a entrevista.

Fonte: Carmo, H. & Ferreira, M. (1998). Metodologia da Investigação: guia para a auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta.

domingo, 20 de abril de 2008

A Ética na Investigação


Falando de Ética ...
A realização de qualquer investigação, exige por parte do investigador o cumprimento de princípios éticos. Estes obrigam-no a informar, a respeitar e a garantir os direitos daqueles que participam voluntariamente no seu trabalho.
Deverá também primar pela honestidade, por estabelecer acordos de forma a serem explicitadas as responsabilidades quer do investigador, quer de quem colabora antes de iniciar a investigação, aceitar a decisão do voluntário/participante se este decidir desistir a meio do percurso e protegê-lo de quaisquer danos físicos, morais ou profissionais.
Deve também garantir a confidencialidade vs anonimato da informação obtida e solicitar autorização das instituições a quem pertencem os participantes no estudo.
Para além destes princípios, constituem regras fundamentais de toda a investigação científica, a fidelidade aos dados recolhidos e aos resultados a que se chega, de forma a não se configurar o enviesamento das conclusões tratadas.
Qualquer investigador deve ter a maturidade emocional e a integridade moral suficientes para saber gerir a situação de ambivalência sociológica que o confronta com o dilema da dupla fidelidade, à comunidade académica que lhe pede resultados cientificamente interessantes e à população - alvo que em si confiou um património de informações de acesso reservado.
Refiro-me na citação acima, a problemas deontológicos levantados pelo uso das técnicas da observação.

CARMO,H e FERREIRA, M. M.(1998) Metodologia da Investigação guia para a auto - aprendizagem, Lisboa, Ed. Universidade Aberta

sábado, 19 de abril de 2008

Projecto de Investigação


Falando de Projectos...
Quando nos propomos desenvolver um projecto de investigação, temos de estar cientes de duas grandes questões prévias, designadamente, a questão da informação disponível e a questão da gestão do tempo.
É pois, aconselhável proceder a uma recolha preliminar de informação que permita ter uma primeira visão sobre os diversos contributos existentes sobre o assunto. É ainda pertinente ter-se consciência de que trabalhar de forma individualista, não será o mais acertado. O investigador deve assumir uma postura de sábia humildade intelectual face à procura do saber, desenvolvendo um trabalho em cooperação com a comunidade académica, de forma a que esta, apoie e facilite o seu trabalho. Na recolha preliminar de informação deverá ter o cuidado de procurar não exagerar na recolha de informação que não esteja implicada nos objectivos do trabalho, de tentar explorar os espaços de sub-informação através do cruzamento de várias técnicas e de tentar reduzir os perigos da pseudo- informação através da análise contrastiva das fontes.

No que se refere à gestão do tempo, esta reverte-se de vital importância , exigindo à priori uma planificação/programação adequada das tarefas a realizar e uma grande auto-disciplina ao investigador.

Bibliografia
CARMO, H e FERREIRA, M. M.(1998) Metodologia da Investigação guia para a auto - aprendizagem, Lisboa, Ed. Universidade Aberta

sexta-feira, 28 de março de 2008

Investigação Educacional


Reflectindo sobre Investigação...
Einstein dizia o que considero ser uma grande verdade: “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.”
Perante mais este desafio que me foi proposto, só posso afirmar que me vou empenhar de forma a conseguir “levar a água ao meu moinho”.
Sabendo que esta unidade curricular pretende, por um lado, abordar a problemática da investigação no contexto educacional e, por outro, preparar -nos com vista ao desenho de um plano de investigação pessoal torna-se evidente a sua utilidade e pertinência para quem encontrou e encontra nos múltiplos aspectos da educação uma rota profissional.
Não irá ser fácil certamente, mas configura-se sem dúvida numa proposta atraente ao aliar de forma harmoniosa trabalho com prazer, isto claro, para quem gosta de utilizar e experimentar tudo o que este mundo virtual nos pode oferecer.